Meu Doce Arco-Íris

Estava escuro, o poeta escrevia no escuro.

Não sairia dali, até estar satisfeito.

'O amor faz bobagens, menina'

Disse para ela.

'Nos faz querer morrer'

Era apenas uma criança, não conseguia entender.

'Sabe qual o objetivo?'

Acenou que não com sua cabeça cheia de cachos laranja-dourados.

'Faz-nos perceber que há algo mais'

Não entendeu

'Alguém que nos fará sorrir eternamente.

Uma motivação para levantar todos os dias de sua vida

pensando em'

A menina baixou a cabeça, sem saber o que fazer

'Estou indo, cuide de você'

A menina ficou sozinha

Passou tempo

Anos

Uma década

'Feliz aniversário!'

21 anos

'Agora, faça um pedido'

O mesmo de sempre

'Quero tê-lo de volta'

Silêncio na sala

'O poeta'

Silêncio

'Quero ter o poeta que ensinou-me a viver'

Silêncio

A menina já mulher retirou-se e deitou

'Quando?'

Noites de sono, pesadelos horríveis

'Será que está bem?'

Pensando consigo mesma

'Que males hei de enfrentar...Se quiser procurá-lo?'

Diversos

Conclusões inconclusivas

É este, o tal 'amor'?

Não, não pode ser

Ainda é cedo

Ainda sou...Ainda é cedo

'Quero ter o poeta que me ensinou a viver'

-Perdão

Invadiu seu silêncio

-Creio que já não mais viva, aquele homem

'Se aprendi a viver com apenas três frases'

Insistiu

'Ele pôde viver com suas palavras'

Era um caminho longo

Onde é que ele poderia estar?

Num museu, num livro, na mente,

no

Coração?

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Uma paisagem denunciou meu espaço; Olhei para o céu, e havia estrelas. Elas me chamaram para dançar.