E por mais que eu lutasse contra o tempo...
Havia sempre um algo, algo alguém, sempre!
Naquele dia, não senti. Nada, não senti. O que será que havia acontecido?
Questionava-me a minha diferença indiferente sentimental interna, exposta. Quero entender.
Por que elas podem cantar e eu não? Disseram-me que era especial, mas que sim, poderia fazê-lo.
Por que as outras são tão mais belas? Não entendo! Dizem-me que sou especial, que, Deus!, sou a mais bela entre as rosas.
Por que não posso falar? Disseram-me que falo internamente e que este mundo não merece minhas palavras.
Por quê não sou mais forte?
Por que não posso parar de chorar? Ainda sentia um sentimento entalado em minha garganta, qual não descia de forma alguma. Uma história de terror e agonia, da qual me prendia a mim mesma todos os dias de minha vida medíocre.
Disseram-me que sou boa demais. Disseram-me, e confirmo, que sinto a dor dos outros; a dor que eles não podem sentir. Não sentem? Não. Não querem, não podem, eu DEVO. Devo algo À alguém ou devo algo a fazer? Devo questionar-me todos os dias de minha vida, todos, se o estou fazendo corretamente? É duvidoso dizer, mas sentia algo naquele dia, naquela noite.
Algo mais...
Lutava contra o tempo;
"Acordara num dia nublado. Era a segunda vez naquela semana. Adoro dias de chuva, evidentemente, dias nublados também. ' Cuidado!' Tentei para mim mesma dizer. 'As lágrimas de Vênus cairão em você se sair de casa!'
Tentei não lutar, me convenci de que era melhor ficar em casa, lendo um bom livro, tomando uma xícara de chá doce. Ao lado, um pequeno aparelho reprodutor de som, tocando a típica música clássica, calma; Ode À Felicidade; Bela canção, quando se precisa de algo mais, um complemento.
E agia como se nunca houvesse morado lá, como se não fosse aquela a minha casa, como se não fosse meu aparelho reproduzindo aquela música incrível, bela, revolucionária, como digo eu. Deveria ser alguém mais...Eu quero ficar para a história.
'Céus!', pedi. 'O que está havendo lá fora?'. Corri para a grande janela na sala de minha casa para ver o que se passava. Impressionei-me ao saber que lá, não havia ninguém. 'Acho que devo descansar mais!', disse.
E a sensação de culpa e coincidência me impressionavam a ponto de que eu parecia me lembrar de tal cena descrita. Achei estranho, mas cansei e fui deitar-me. Repeti com a minhas mãos agarradas à uma bíblia:
'Sinto que não fui clara em dizer que te amo! O que posso dizer agora? A sensação é que errei, e errei...Até que cheguei em você! Sinto, sinto...
E por favor perdoa-me. Sabe que não quis, não quis...E dizer que eu te amo? Não dá mais; não dá mais...'
E dormia, em apenas um segundo, deixando cair a bíblia e as palavras ditas; logo, esquecidas.
Quero saber
Sentirá a minha falta, amor?"
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